terça-feira, 15 de novembro de 2022

Por que corres, criança? I

 

IX – O Eremita

Por que corres, criança? ­— é a pergunta que esse ancião te faz.

Não tenha tanta pressa de... Não tenha tanta pressa para... Aproveite o passo. Você já está em qual mesmo? O primeiro foi igual aos demais? O cansaço altera o seu passo; a firmeza, a intensidade, a vontade?

Atente-se a sua respiração enquanto caminha.

Perceba se está pisando direito. Perceba seu peso na sola dos pés. Está distribuído igualmente? Você pisa mais forte com lado esquerdo ou direito dos pés?

Você anda na ponta dos pés ou no fundo dos calcanhares?

Há calos em você? Há algum doendo agora? Se sim, é possível parar e cuidar disso?

É possível mudar de calçado? Ou tirá-los e caminhar descalço?

Já prestou atenção onde está caminhando agora? Olhe a paisagem.

Há árvores pelo caminho? Se sim, é possível conversar com elas?

Você não é do tipo de pessoa que conversa com árvores?  Está tudo bem se não for, mas já adianto que está perdendo diálogos incríveis!

(...)

As árvores te chamam para suas sombras.

Sai do sol! Desce do salto! Desafrouxa a gravata!

Pegue uma fruta, devore a polpa e lambuze-se.

Deite e tire um cochilo.

Enraíze-se numa sombra de árvore, para nutrir-se de chão e vegetação.

Sonhe, aproveite e.

Do chão, olhe as folhas no céu.

É preciso de boas raízes para boas ideias. É preciso de fundas raízes para novos ares. É preciso de profundezas para colher as primeiras gotas de chuva.

Sem grãos não se faz um céu e não se chega a azuis mais profundos.

Enraíze-se. Com as árvores. Aprenda.

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