Parece
que vemos o mundo como uma pizza com oito pedaços. E assim, quanto mais
pessoas, menos pizza nos sobra...
E
assim, por medo de faltar, acumulamos.
Por
medo de acabar; seguramos, guardamos...
E
assim, vamos vivendo com pedaços de vida congelados no freezer, abarrotados de fragmentos
de vida congelada para um momento mais apropriado... Guardamos um sentimento
para depois, um sonho, uma fala, um... Vamos entupindo nossos freezers com
probabilidades de vida. Uma fatia sabor Se, outra sabor Quando, uma com sabor
Talvez, Um dia, Quem sabe, Para...
E
assim, por medo, não somos; por medo de dar, não recebemos. Por medo de morrer,
não vivemos. Por medos irreais, não realizamos e vamos congelando vida para
depois, outro dia, amanhã, para outra oportunidade.
Vivemos
vidas ansiosas, estressantes, cada vez mais rápidas; reclamando que não temos
tempo para nada, e guardando vida para esse depois que nunca chega. Se
realmente entendêssemos o tempo, agiríamos assim? Colocaríamos tantas fichas
num futuro tão incerto? E, se o passado acabou, e o futuro talvez venha, qual
seria a melhor postura para o agora, o hoje, o este instante?
Assim, se
na verdade eu só tenho este instante, qual a melhor forma de vivenciá-lo?
Se
eu não tivesse tanto medo, como viveria a minha vida?
Se
eu não tivesse medo, quem eu abraçaria?
Se
eu não tivesse medo, quem eu amaria?
Se
eu não tivesse medo, o que eu faria hoje? Para onde iria? O que eu dançaria? E
se eu não tivesse tanto medo, o que eu me permitiria viver?
Que fatia de pizza estaria comendo se não tivesse medo de nunca mais ter pizza?
Se eu não tivesse tanto medo, como viveria este instante?
Agora... Neste momento... Já...
E
agora? E agora? E agora?
E
agora? E agora? E agora?
E
agora? E agora? E agora?
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