O
corpo é coberto por um órgão, a pele. Esta pele o reveste e o individualiza,
separa e o protege do mundo externo a ele. Ela regula a maior parte das
relações do meio intra com o extracorporal.
A
mente também cria uma “pele” para essa construção abstrata que condicionamos
como Eu. E, com o tempo, essa “pele” se cristaliza, tornando-se uma casca, uma
armadura; formando a ideia de que somos seres separados de tudo, que somos
frágeis e que tudo exterior ao Eu é perigoso.
É
preciso se defender. A vida é uma luta e se está sempre em guerra. E não se faz
guerras sem adversários. E parece sempre haver uma. E parece não faltar
inimigos também.
Essa
ideia de separação e risco é tão forte no ser humano que até onde não
precisaria haver brigas, cria-se a necessidade de uma. Guerreia-se e mata-se
até em nome de Deus e de deuses.
Sem esse senso de ameaça, como viveria a minha vida?
Se eu não precisasse criar tantas defesas, como viveria a minha vida?
Toda essa energia que gasto me
defendendo, onde a colocaria se não precisasse me defender tanto? Quanto tempo
gasto me defendendo? O que faria com esse tempo, se não precisasse me defender
de tudo e de todos?
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