Pare de encarar seu dia a dia como
um pré-apocalipse! Você não é o Ethan Hunt, portanto... Não sabe de quem estou
falando? Ethan Hunt é o herói de Missão Impossível vivido por Tom
Cruise no cinema. Enfim, como ia dizendo, você não é o Ethan e, portanto, você
não salvará o mundo.
Não é sua função. No filme, é o
papel dele salvar o mundo. Na vida, no dia a dia, não é o seu. Bem, talvez você
até salve, mas você não precisa viver sua vida como se fosse matar um mafioso
por dia; ou como se fosse desarmar uma bomba atômica no almoço, ou evitar um
sequestro, ou se estivesse infiltrado numa organização criminosa, ou conter um
ataque terrorista.
Enfim, pare de transformar seu dia a
dia num pré-apocalipse! Pare de querer salvar o mundo e o outro também. As
pessoas são plenamente capazes de fazerem as próprias escolhas e viverem as
usas próprias vidas. Você não precisa escolher por elas. A vida do outro não é
o seu papel também.
Pare de querer salvar o outro da
religião errada que supostamente ele escolheu. De querer salvar o outro do
partido político errado que ele escolheu. De querer salvá-lo do curso acadêmico
errado, da profissão errada, do namoro errado, da opinião errada, da roupa
errada, da vida errada, do peso errado, da forma errada de se alimentar, da
escolha errada; errada, errada, errada... Como se o certo fosse unicamente
você.
Pare e reflita sobre o seu papel em
sua vida e na vida dos que estão ao seu redor. Na sua vida, você é o
protagonista. Na do outro, você é um coadjuvante, talvez figurante, uma participação,
quiçá uma ponta. Não perca tempo querendo protagonizar a vida alheia. Nem
escrever, ou dirigi-la, etc.
Seja o herói da sua história e salve
o seu mundo – que é você mesmo na verdade. E não há nenhuma bomba em você –
espero! – portanto, não se leve tão a ferro e fogo. Respire e dê o tempero
certo a si mesmo e na maneira como você se coloca no mundo.
Não é seu papel mudar, salvar
ninguém. Não colonize o outro de você. Você não é referencial para ninguém! Não
se dê tanta autoimportância assim. Pare de ditar o que é ou não é apropriado
para a vida das pessoas.
Seja um bom exemplo. Não pelo outro,
mas porque é seu papel ser bom. E lhe agrada ser bom. Não por reconhecimento
alheio, mas porque é sua natureza ser bom. Quem quiser lhe copiar, ok.
Atingimos o outro assim: com nosso exemplo; e não forçando nossas convicções a
ninguém. Não somos mais colonizadores!
Seja aquilo que você quer receber.
Se você quer luz, seja luz. Se quer amor, seja amor. Seja para receber. Seja
seu próprio salvador e talvez os outros se juntem a você, sendo cada um o
salvador de si mesmo.