10♠ Dez de Espadas
Acabou! Desapegue, solte, portanto...
“(...) A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora,
José?” (José, Carlos Drummond de Andrade).
Algo chegou ao fim, e agora; José,
Maria? Se estava bom ou ruim, não importa mais; pois acabou. Aceite, ou
concorde... Nada é por acaso e tudo é passageiro mesmo.
Viva o luto do que se foi, do que
acabou, do que morreu, do que não ficou, do que se quer começou; mas não apenas
sofra. Não seja apenas uma vítima da dor. Também a observe e ouça o que ela
diz sobre o Você que sofre.
Pois, por
maior que seja essa dor, nem tudo em você é dor.
Olhe para o que te faz sofrer, para
suas não aceitações e concordâncias. Tudo o que você sente é seu – mas o que
você sente não é você.
Isso que dói, ou que acabou acende o
que em você? Está mostrando o quê: carência? Medo? Posse? Raiva? Inveja? Injustiça?
Apego? Ignorância? Escassez? Desejo?
Onde começa essa dor? Tire os véus
da culpa, dos julgamentos e apenas olhe para o Você que dói.
Aqui observamos não atrás de
culpados; não julgamos, nem criticamos; mas observamos atrás de entendimentos
que desmascararão identificações errôneas. Aqui iluminamos nossas emoções e
sentimentos, e os levamos para fora de nossas cavernas escuras, pois o sol
nasce para todos, não é mesmo?
Olhe, observe-se e solte e... Respire. Não, respire mesmo.
Respire de verdade, com propósito. Respire de propósito.
E solte. Respire... Percebe? Não há dor na respiração pura.
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