sábado, 14 de agosto de 2021

Larga a naftalina!

 


Trio da Semana: O Julgamento – Nove de Moedas – Seis de Bastões

XX O Julgamento

Está sentindo esse cheirinho? Naftalina? Está parecendo... Solta o baú e o armário de tranqueiras! Faça as pazes com o passado. Pare de carregar baús aromatizados de naftalina, ou de qualquer outro cheirinho. Solte, perdoe, mudando os aromas do passado. É o que lhe recomenda esse anjo, pois é preciso rejuvenescer os sentimentos e pensamentos e para tanto se deve soltar, perdoar o passado, parando de vivê-lo, deixando-o no lugar dele de fato. Solte as pedras que vem carregando.

Até porque o presente é leve e fresco, por isso refresque-se! Reviver passados é recusar-se a estar nesse frescor do presente. Some presentes e subtraia passados – os pesos. Jesus quando ressuscitou não carregou mais a cruz, largou-a lá no morro, no lugar ao qual ela pertence. Ele viveu a cruz no presente, morreu e superou, ressuscitou. A cruz ficou apenas como experiência, aprendizado e não como sofrimento, apesar de toda dor.

Parar de carregar a dor, perdoar quem ou o que te feriu não apaga isto, não o diminui, não elimina a gravidade ou a responsabilidade do acontecido; apenas retira a identificação. Sai-se do papel da criança que não consegue lidar com a dor, para o de adulto que tomará as atitudes para lidar com a questão. E, lidar com a questão, por exemplo, pode ser procurar quem saiba lidar com ela como um advogado, um terapeuta, um médico e etc. Ficar remoendo a dor é como a criança que chora esperando o papai ou a mamãe vir colocar mertiolate no dodói e soprá-lo. Nada contra mertiolates com soprinhos, mas a página precisa virar, ou não?

Eu não conheço a sua cruz. Não conheço o tamanho dela. E não é minha intenção diminuí-la. Até porque também tive as minhas – e não foram poucas, nem pequenas – no meu ponto de vista – e não estaria aqui escrevendo se não fosse por elas. Contudo ter autopiedade – e, acredite em mim, eu tive – não me ajudou a superá-las. Ficar abraçadinho a elas tão pouco – e, acredite em mim, eu fiquei e ao som de alguma música bem sofrida. Viva a dor, mas não de forma permanente. Qual a sua cruz? O que você precisa soltar? Se pudesse, se fosse possível, você soltaria sua cruz? Como seria viver sem carregá-la?

Esse arcano, O Julgamento, fala; entre outras coisas, sobre libertação. Continuar sofrendo, ou não perdoar é ficar no momento sofrido, é ficar numa cela aprisionado com esse momento e com o seu algoz. Ao soltar, perdoar você sai dessa cela para a liberdade. Esse é o convite, porém; como todo convite, você pode aceitar ou não. Ao aceitá-lo, você renuncia ao sofrimento. Ao recusá-lo, renuncia-se a liberdade. Escolha conscientemente o que estiver pronto a fazer.

 

09♦ Nove de Moedas

Está se achando, né? Largou a cruz e está todo, todo! Caso não esteja, está marcando bobeira! Se ache mais! Se valorize mesmo! Valorize o verde da sua grama. Dizem que a grama do vizinho é sempre a mais verde; esquece o vizinho! Marcianinho do meu core, seja verde pra caralh*! Rsrs...

Esse poderoso nove vem lembrar que tudo começa dentro – esse verdão que você sonha, já está aí dentro. Tudo começa dentro. No pensamento. No sentimento. Na imaginação. E aí: pah! Acontece.

Esse poderoso nove vem dizer que a melhor sessão de fofocas não está no jornal, contudo dentro de você. Leia seus pensamentos e sentimentos – as suas fofocas internas – e saberá as cenas dos próximos capítulos. Domine os pensamentos, os sentimentos e será babado! Você criará os melhores capítulos da história da sua vida. É o disse me disse que esse nove anda espalhando por aí.

 

06♣ Seis de Bastões

Caiu do cavalo? Levanta e limpa a poeira da bunda! Ah, e melhor tirar uma chapa pra ver se não quebrou nada.

Às vezes se cai para se voltar ao lugar. É sim, o susto coloca a pessoa no prumo de novo, quebra a hipnose e os automatismos. Tem queda que é o melhor presente que se poderia ganhar. Aproveite a queda e atente-se a suas ilusões e apreensões, pois talvez estas sejam causadas por aquelas.

Às vezes, o bicho-papão só existe na sua cabeça. Confere aí as ilusões que você vem alimentando e pare este fluxo, desiluda-se! Dá uma olhada nos seus óbvios e certezas aí, checa se está tudo certinho mesmo. E, certinho em relação a que? Tem desilusão que é o melhor presente que se poderia ganhar. É o recado desse seis.

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