10♠ Dez de Espadas
“(...) minha visão do mundo não pode ser final, porque não
passa de uma interpretação.” Carlos Castaneda
Parece
haver três mundos: o mundo em si, o meu e o seu. Assim como posso ter certeza
sobre o mundo que interpreto e julgo?
Se esta percepção do mundo é moldada através dos sentidos e da mente de cada um
e suas individuais memórias, referências e experiências; como se pode ter
certeza sobre o que se interpreta e se julga? Portanto, talvez o que você está
vendo não seja necessariamente o que você está vendo. Talvez o que esteja
sentindo não seja o que realmente está sentindo. Talvez o que esteja pensando
não seja o que pensa realmente.
Do
ventre materno até os 05, 07 anos de idade, mais ou menos, formamos essas
lentes interpretativas da realidade. Uma pessoa pode ter mais de 60 anos e
ainda estará usando esses filtros perceptivos construídos lá atrás, ou seja,
você está no presente usando lentes do passado. Você pode já ser adulto, mas; caso
não tenha consciência, atua como uma criança em sua vida, pois tem as lentes de
uma e interpreta a vida como uma. Por isso, talvez o que você está vendo não
seja necessariamente o que você está vendo, mas o que a sua criança vê, baseado
no que você viveu. E, por isso, talvez esteja sofrendo por está atuando como uma
criança em uma vida de adulto.
Uma
das muitas vantagens que o processo de autoconhecimento pode trazer à pessoa é uma
maior consciência sobre essa percepção do mundo, adicionando a ela outras possibilidades
de percebê-lo. Possibilitando à pessoa assim ser o adulto que acolhe e caminha
com essa criança do passado e a ensina a ressignificar seu olhar; a acender a
luz do seu quarto, espantando os bichos-papões que a amedrontam; a lidar com
seu dodói de novas maneiras.
Finalizando,
esse dez vem lhe convidar a olhar
suas desolações, angústias, pesares, infortúnios, desgostos, lamentos, aflições
e afins; vendo se tudo isso é tudo isso mesmo – não é desmerecendo não – mas, ao
acender a luz do quarto dessas dores, elas são tão aterrorizantes mesmo? A
proporção está correta? É possível sair debaixo das cobertas e enfrentá-las?
Seu adulto pode ajudar sua criança a lidar com tudo isso?
Falando
nisso, você lida com seus problemas como adulto, ou como criança? Estenda um
pouco mais essa investigação e perceba também se, por exemplo, a gestão de suas
finanças é feita por um adulto ou por uma criança? E, nos seus relacionamentos;
quem se relaciona, o adulto ou a criança? Quem vai todo dia trabalhar, o adulto
ou a criança? Enfim, ajuste a iluminação interna e externa, buscando outras
perspectivas e pontos de vista de suas dores, de si e do mundo. E esta é a dica
d’Quinta pra hoje, a semana e a vida.
“Se a vida lhe oferecer caminhos difíceis, caminhos de
escuridão; seja você a luz que guia seus próprios passos.”
Autoria desconhecida.
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