quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Talvez o que você esteja vendo não seja necessariamente o que você está vendo...

 


10♠ Dez de Espadas

“(...) minha visão do mundo não pode ser final, porque não passa de uma interpretação.” Carlos Castaneda

Experimentamos e interpretamos o mundo através dos sentidos e do subconsciente. Cada um experimenta o mundo de uma forma única, pois cada pessoa é única. Mesmo gêmeos univitelinos, gerados pelos mesmos óvulo e espermatozoide, se desenvolvem de formas diferentes, tendo versões distintas do mundo em si. Coloque duas pessoas para assistir a uma mesma cena, imagem e/ou filme, que elas terão interpretações diferentes, pois interpretar é pessoal e subjetivo. E limitado, já que somos grãos de um universo. Não o enxergamos todo, só parte dele. Você o vê do seu ponto de vista e eu o vejo do meu. Certas vezes, vemos mundos completamente paradoxais; já em outras vezes nossas visões podem se assemelhar até.

Parece haver três mundos: o mundo em si, o meu e o seu. Assim como posso ter certeza sobre o mundo que interpreto e julgo? Se esta percepção do mundo é moldada através dos sentidos e da mente de cada um e suas individuais memórias, referências e experiências; como se pode ter certeza sobre o que se interpreta e se julga? Portanto, talvez o que você está vendo não seja necessariamente o que você está vendo. Talvez o que esteja sentindo não seja o que realmente está sentindo. Talvez o que esteja pensando não seja o que pensa realmente.

Do ventre materno até os 05, 07 anos de idade, mais ou menos, formamos essas lentes interpretativas da realidade. Uma pessoa pode ter mais de 60 anos e ainda estará usando esses filtros perceptivos construídos lá atrás, ou seja, você está no presente usando lentes do passado. Você pode já ser adulto, mas; caso não tenha consciência, atua como uma criança em sua vida, pois tem as lentes de uma e interpreta a vida como uma. Por isso, talvez o que você está vendo não seja necessariamente o que você está vendo, mas o que a sua criança vê, baseado no que você viveu. E, por isso, talvez esteja sofrendo por está atuando como uma criança em uma vida de adulto.

Uma das muitas vantagens que o processo de autoconhecimento pode trazer à pessoa é uma maior consciência sobre essa percepção do mundo, adicionando a ela outras possibilidades de percebê-lo. Possibilitando à pessoa assim ser o adulto que acolhe e caminha com essa criança do passado e a ensina a ressignificar seu olhar; a acender a luz do seu quarto, espantando os bichos-papões que a amedrontam; a lidar com seu dodói de novas maneiras.

Finalizando, esse dez vem lhe convidar a olhar suas desolações, angústias, pesares, infortúnios, desgostos, lamentos, aflições e afins; vendo se tudo isso é tudo isso mesmo – não é desmerecendo não – mas, ao acender a luz do quarto dessas dores, elas são tão aterrorizantes mesmo? A proporção está correta? É possível sair debaixo das cobertas e enfrentá-las? Seu adulto pode ajudar sua criança a lidar com tudo isso?

Falando nisso, você lida com seus problemas como adulto, ou como criança? Estenda um pouco mais essa investigação e perceba também se, por exemplo, a gestão de suas finanças é feita por um adulto ou por uma criança? E, nos seus relacionamentos; quem se relaciona, o adulto ou a criança? Quem vai todo dia trabalhar, o adulto ou a criança? Enfim, ajuste a iluminação interna e externa, buscando outras perspectivas e pontos de vista de suas dores, de si e do mundo. E esta é a dica d’Quinta pra hoje, a semana e a vida.

 

“Se a vida lhe oferecer caminhos difíceis, caminhos de escuridão; seja você a luz que guia seus próprios passos.”

Autoria desconhecida.

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